quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arnold Paul

W. Podkowinski, Cemetery. 1890–1892, pencil on paper.
Entre todas as histórias famosas de possíveis ataques de vampiros com certeza está o caso de Arnold Paul (ou Paole). Não se conhece a data exata de nascimento, mas acredita-se que ocorreu entre os primeiros anos de 1700 em Medvegia, norte de Belgrado, parte da Sérvia que até então pertencia ao Império Austríaco.
Paul serviu ao exército, voltando para sua cidade em 1727 comprou muitas terras e tornou-se agricultor. Ficou noivo e todos o conheciam como uma pessoa de bom caráter, porém de semblante triste.
Em uma conversa com sua noiva confessou que seus problemas e tristezas eram oriundos dos tempos de guerra, alegou ainda ter sido atacado por um vampiro. Paul o seguiu até o cemitério onde conseguiu matá-lo e, acreditando que se livraria das consequências do ataque, comeu um pouco de terra do túmulo do vampiro e passou o sangue do mesmo em suas feridas.
Pouco tempo depois Paul sofreu um acidente e veio a falecer, após algumas semanas de seu enterro começaram os relatos de suas aparições. Quatro pessoas que relataram ter visto Paul morreram e o medo tomou conta da comunidade. As autoridades decidiram averiguar o caso abrindo o túmulo de Paul após quarenta dias de seu enterro, dessa forma puderam constatar que seu corpo estava intacto, com aparência de recém-enterrado, perfuraram-no e o sangue jorrou. Paul foi estaqueado, decapitado e seu corpo queimado. O mesmo foi feito com as quatro pessoas que haviam morrido.

Curiosidades:
·         Paul teria gemido ao ser estaqueado.
·         Em 1731, na mesma região, houve uma segunda onda de ataques de vampiros.
·         Durante a segunda onda de ataques, foram desenterrados quarenta corpos, sendo que dezessete estavam em condições de preservação semelhantes as de Paul.


Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Filme: Perfume - A História de um Assassino

Não sou boa em fazer sinopses sem revelar coisas ou aspectos que devem ser descobertos por quem assiste. Mas posso dizer que é um lindo filme e está na minha lista de favoritos, bonito de se ver e surpreendente.

Perfume – A História de um Assassino é uma adaptação do livro Das Parfum, die Geschichte eines Mörders do escritor alemão Patrick Süskind, publicado em 1985. É um best-seller, passando do número de vinte milhões de exemplares vendidos em quarenta países. Parece que até Tim Burton cogitou transformar o livro em filme, assim como outros diretores conhecidos.
Fica então a sugestão para quem ainda não o assistiu.


Direção: Tom Tykwer
Gênero: Drama/Suspense
Nacionalidade: França/Espanha/Alemanha
Ano: 2006

Sinopse:
Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz com que sua mãe seja presa e condenada à morte. Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste cada vez mais se interessa em manter o odor de forma permanente, o que faz com que busque meios que possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos.
Sinopse: Adoro Cinema

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Beijo

Fere meu coração criminosamente e eu não sei o que esperar de teus atos.
Decide sempre o melhor aos teus interesses, descartando qualquer vontade de outrem.
É perverso sem pesar, sente apenas aquilo que convém.
Este prazer em assistir tuas intenções ácidas contaminando-me não pode fazer parte do meu destino.
Agora me beije com o mais perfeito de teus beijos e assim selaremos o nosso adeus.
Feito isto partirá para longe e jamais retornará demônio falido.

Penélope Luzi


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Invention of Love - Andrey Shushkov


Este é um lindo curta animado do russo Andrey Shushkov, criado entre 2009 e 2010 e usado como seu trabalho de conclusão de curso para a Saint-Petersburg University of Culture and Arts.
Atenção para a trilha sonora impecável!


Direção e roteiro: Andrey Shushkov
Música: Polina Sizova e Anton Melnikov
(exceto a parte que toca uma música de Chopin)
Andrey Shushkov - Site


Tenham um excelente final de semana!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu desejo - Álvares de Azevedo

Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta,
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta...
Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra...
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra...
Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios de teu leito,
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.
Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escumilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!
Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro...
Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de langor!

Álvares de Azevedo




segunda-feira, 21 de maio de 2012

Filhos da Noite

Nós que veneramos a escuridão, confiando nossa devoção.
Nós que contemplamos toda a magnitude de sua beleza.
Nós que viemos a este mundo com o destino de amar sua perfeição.
Nós que calamos durante o dia para contar-lhe os nossos segredos.
Nós que vestimos dela e para ela, tornando-nos um.
Nós que suplicamos pela sua presença, as horas de sua jornada.
És nossa morada, onde encontramos um pouco daquilo que chamam de felicidade.

Penélope Luzi


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Na Lista: Malice Mizer e Gackt

Esta semana separei três músicas/vídeos para postar e eu realmente não faço ideia se irão gostar.
Alguns anos atrás escutava bastante Malice Mizer (banda japonesa visual kei e goth), com o seu fim cada membro tomou um caminho diferente. Segue abaixo o vídeo Illuminati (live).


A partir de então passei a acompanhar a carreira de Gackt (que era o vocalista do Malice Mizer), apesar de gostar também do Moi dix Mois (banda do Mana). Gackt se tornou o que chamo de “camaleão” pulando de um estilo para outro, no entanto algumas de suas músicas são lindas, com letras belíssimas. Na minha opinião, claro... Segue abaixo minhas duas músicas favoritas.

Gackt - Mizerable



Gackt - Hoshi no Suna



Tenham um ótimo final de semana!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Libera me ab omni malo

A paciência abandonou meu coração, encontro-me entre tropeços e pesadelos.
Deito-me em trevas procurando algum consolo, mas nada habita aqui.
Estes olhos que me condenam jamais poderão ver além de suas próprias faltas.
Os sussurros da consciência mais valem a todos os conselhos, pois a verdade que preservamos em nosso íntimo vale todo o sacrifício.
É preciso entender que o pior castigo para o pecador está contido naquilo que reflete todo o seu erro, logo o perdão inexiste.
Que a noite faça brotar em mim um coração novo, para que eu possa viver em plena união com o meu espírito.
E que estas águas turvas possam resgatar sua limpidez.

Penélope Luzi

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sonhos e Miragens

Aqueles sonhos jamais saíram de minha mente.
Em terras de eterna areia quente, miragens de um infinito mundo dourado.
A dançarina enigmática e seu ventre sagrado desejando contar-me algum de seus segredos.
Os olhares marcados e as vozes preservando seus mistérios atrás de mil véus.
Um oásis entregando a mim o seu tesouro e cumprindo toda promessa de esplendor.
Um mundo antigo preenchendo os meus sonhos com os seus.

Penélope Luzi




sexta-feira, 11 de maio de 2012

Na Lista - Midnight Syndicate


Midnight Syndicate - Grisly Reminder




Midnight Syndicate - The Night Beckons




Midnight Syndicate - Crimson Door
(Este dá pra assustar alguém. Incrível!)




Midnight Syndicate - Site
Midnight Syndicate - MySpace

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Crepúsculo da Tarde – Charles-Pierre Baudelaire



É doce o anoitecer, que é amigo do réu;
Como um cúmplice vem, tão veludoso; o céu
Fecha-se lentamente - ele é uma alcova enorme
E muda o homem inquieto em fera que não dorme.

Desejam-te por certo, ó suave anoitecer,
Estes que sem mentir hão de poder dizer:
Nós trabalhamos hoje! É a tarde que alivia
As almas que devora uma atroz agonia,
O sábio mais tenaz, pesada a fronte em chama,
O cansado artesão que volta à sua cama.

E demônios malsãos, nestes pardos instantes,
Acordam gravemente, como os negociantes,
E movem ao voar o postigo ou a porta.
Através dos clarões que a ventania entorta,
O deboche na rua acende lume infame,
E como um formigueiro encontra o seu forame.

Vai forçando por tudo uma escondida estrada,
Tal como um inimigo a tentar a emboscada;
Move-se pelo bairro, o que o lodo consome,
E como um verme rouba ao homem o que come.
Ouve-se em cada canto a cozinha assobiar,
O teatro estremecer, a orquestra ressonar;
Nas mesas dos cafés, sonoras de remoques,
Vão conversando as cortesãs com os escroques,

Os ladrões que mercê nem trégua alguma têm
Vão logo principiar seu trabalho também,
Docemente forças caixas fortes de bancos,
Para vestir a amante e dormir pelos bancos.

Fecha-te, coração, neste grave momento.
E os meus ouvidos cerra a este horrível lamento
Que vem dos hospitais quando as dores culminam!
Os enfermos a noite estrangula; terminam
O seu destino e vão para o abismo comum;
Vão enchendo o hospital de suspiros. Mais de um
Não virá mais buscar a sopa perfumada,
Junto ao fogão, à tarde, ao pé de uma alma amada.

Deles, a maior parte jamais conheceu,
A doçura do lar, como jamais viveu.

Baudelaire



terça-feira, 8 de maio de 2012

Íncubos e Súcubos

Íncubos e súcubos foram considerados demônios a partir da Idade Média, o primeiro uma figura masculina e o segundo feminina, que durante a noite invadiam os quartos (ou sonhos) de homens e mulheres, forçando-os a ter relações sexuais. De acordo com os relatos, após o evento, a vítima aparentava estar completamente sem energia.
Sabe-se que nas tradições antigas eram venerados como divindades e era comum haver relações sexuais em seus rituais. Com o surgimento do cristianismo foram reduzidos a demônios e suas práticas proibidas, como todas as divindades antigas. Associados a bruxaria, no período das perseguições religiosas, de acordo com o Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas), toda bruxa se submetia às vontades do íncubos sem resistência.
Alguns acreditavam tratar-se de um único demônio que, com a necessidade, tomava forma masculina ou feminina, enquanto outros acreditavam serem demônios distintos. O íncubos poderia ter a aparência de um belo homem, ou uma figura demoníaca masculina e alada, o mesmo para a súcubos em versão feminina. Esta última coletava sêmen para, na forma de íncubos, engravidar uma mulher. A criança oriunda desta união estaria inclinada às influências das trevas.
 Curiosidades:
·         Nas tradições antigas os íncubos e súcubos auxiliavam em curas, como por exemplo em caso de esterilidade.
·         As pessoas que escolhiam a vida santa eram vítimas constante dos íncubos e súcubos. Na época foi uma boa desculpa para as freirinhas que “misteriosamente” apareciam grávidas.
·         Os íncubos e súcubos podiam se manifestar através de pessoas. Outra boa desculpa para aqueles coitados que “inconscientemente” saiam da linha.

Para quem quiser, tem um texto interessante neste  SITE.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Contrição


O arrependimento estampado em tua face desejando dividir a dor com alguém é lamentável.
Entraste neste mundo por livre desejo, não espere consolo, ninguém ouvirá tuas preces.
Anseia o sono eterno e está inteiramente decidida que há algo melhor a ser descoberto.
Esta inocente ilusão é a única coisa que ainda faz de ti uma bela criatura.
Mas entenda, não há nada a ser descoberto e não há nada que possa fazer.
Apenas aceite a tua escolha.

Penélope Luzi


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Rendição

 
Suscetível ao meu apetite, permitindo toda manipulação, você caminha pela madrugada.
Nas noites geladas servindo aos meus caprichos, escrava de minha determinação.
Contraíste o costume de trazer-me satisfação, sem entender o motivo de ser conduzida por alguém além-mundo.
E apesar de todo desconhecimento de meu ser, não me julga e conserva seu rito.
Mas há algo em seus olhos obedientes que despertam em mim um interesse profundo de prazer.
Presumo que seja a sua entrega completa, sem receio de dano algum. 

Penélope Luzi


terça-feira, 1 de maio de 2012

Fritz Haarmann






"Haarmann não era um vampiro no sentido folclórico tradicional. Era um indivíduo perturbado mentalmente com um fetiche por sangue..." (J. G. Melton)


Em 24 de outubro de 1879 nasce Fritz Haarmann em Hannover (Alemanha). Conhecido como "Vampiro de Hannover". Ainda jovem entrou para o Exército, após certo período de serviço militar voltou para Hannover. Pouco tempo depois foi preso por molestar crianças e deveria cumprir sua sentença num manicômio. Porém, escapou e fugiu para a Suíça, onde passou um bom tempo morando nas ruas e cometendo pequenos delitos, por vezes fora preso.

Haarmann era homossexual, costumava pegar jovens na rua e os convidava para sua casa, lá se divertiam, no entanto algumas vezes acabava por matá-los. Em 1919 fora detido, passou nove meses preso e assim que saiu conheceu Hans Grans, fez deste seu amante e parceiro. No ano seguinte seus crimes evoluíram, agora começava a morder a garganta e beber o sangue de suas vítimas. Entretanto, em 1924 foram descobertos restos mortais e após investigações a polícia chegou até ele. Enquanto buscavam mais provas Haarmann foi mantido preso. Em seus alojamentos a polícia encontrou mais de vinte corpos, além de pertences das vítimas. Não tendo outra alternativa, Haarmann confessou seus crimes e a participação de Grans.

Haarmann foi acusado de vinte e quatro assassinatos, mas é possível que tenham passado dos cinquenta. Em seu julgamento revelou outras atividades, como canibalismo. Alegava ainda que durante o período em que trabalhou num açougue costumava vender as carnes de algumas de suas vítimas. Haarmann foi condenado à morte, decapitado em 15 de abril de 1925 e seu cérebro levado à Universidade de Gôttigem para ser estudado.



Não é uma homenagem.


Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.
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